A Marca do Asa e como um URUBU entrou nessa história.

Nesse vídeo, conto a história da evolução da marca do Asa de Águia, uma das bandas mais queridas da Bahia desde os anos 1990. Com testemunhos de Durval Lelys e Marcelo Brasileiro, fundadores do Asa, de Giuseppe Mazzoni, arquiteto dos palcos da banda, e de fãs como Rafaela, do Asa30mais, e Vinícius Lima, que praticamente nasceu no clima do Asa.

https://youtu.be/APaRtoQtCg

O desafio de criar.

Alguns cases de sucesso como exemplo de criações que deram certo.

abadas Abadá arte religiosa Asa de Águia Axé Music baiano Banda Cheiro Bell Marques Bloco Camaleão Bloco Cheiro Bloco de Trio Bloco Me Abraça Brasil Camaleão Camarote do Nana Carnaval Carnaval baiano Carnaval da Bahia Carnaval de Salvador carnaval salvador Carnaval Salvador 2014 Cheiro de Amor Chiclete com Banana Claudia Leitte da rocha Da Rocha Propaganda design design gráfico Dodô e Osmar Durval Lelys Ensaio Geral Fantasia Carnaval Faraó Forró Forró do Piu-Piu Livro sobre Carnaval Maori Pedrinho Da Rocha Praia do Forte Publicidade Publicidade no Carnaval tatoo tatuagens Traz os Montes Trio Elétrico

Traz-os-Montes, o bloco da cobra.

Conto nesse vídeo, a origem da marca do Traz-os-Montes, bloco, que surgiu em 1972, no carnaval de Salvador, e revolucionou o som do trio elétrico no início dos anos 80, juntamente com a Banda Scorpius, que depois virou Chiclete com Banana.

A história da marca do Camaleão

Vídeo sobre como surgiu a tradicional marca da “pata” do bloco Camaleão, com depoimentos de Bell Marques e diretores do Camaleão e Crocodilo.

De Volta…

Depois de uns 4 anos sem publicar nesse blog, estou de volta.
Também estou iniciando um canal no YouTube – na verdade, estou aprendendo. Já publiquei 2 episódios. Pretendo falar sobre as criações e as pessoas envolvidas nelas, convidando os parceiros de criação, clientes, fornecedores e todos que tiveram participação no assunto postado.
Vez por outra, falarei sobre designer, uma paixão minha, mesmo que não seja sobre meu trabalho no entretenimento.

Uma história de Natal.

Cartão Cristo PinelA intenção desse cartão de Natal do Bloco do Pinel era a melhor possível: chamar atenção para o verdadeiro sentido da festa que é o nascimento de Cristo. Mas de boas intenções, como se diz por ai, o inferno está cheio. Era início dos anos 90, acho que 1993, e eu acabara de iniciar na computação gráfica. Aliás, essa foi a minha primeira ilustração num computador, no programa paintbrush, imaginem. Empolgados com a ideia, eu e Julio Mota, co-autor do texto e, na época, diretor do Pinel, resolvemos levar a ideia para um outdoor e, evidente, a mensagem teve que ser encurtada porque todo esse texto não caberia numa mídia de rua. Então, resolvemos publicar só a imagem e o título “Ele também foi chamado de louco” e, óbvio, – hoje em dia para mim – que aquilo tinha tudo para criar polêmica. Mas, naquele tempo, achávamos que podíamos tudo. Dias depois, veio a resposta: através de matéria na capa do Jornal A Tarde, o Arcebispo Dom Lucas Moreira Neves excomungou os criadores daquela blasfêmia, daquele Cristo psicodélico, e, implicitamente, nos condenou ao fogo do inferno. Mas não foi só isso, alguns outdoors também foram queimados por evangélicos. E toda essa confusão porque, num desses papos inúteis de cachaça, dois pretensiosos acharam um absurdo que toda mensagem natalina só trouxesse imagem de Papai Noel e árvore de Natal. Depois de atingir o perfeito teor etílico, tomamos a decisão de mudar isso… e o mundo, claro.

Passado uma ano dessa história, junto com a garotada que trabalhava nos blocos, resolvemos organizar uma festa beneficente reunindo os grandes nomes da música de Salvador. A festa se chamaria Axé Natal e ocorreria no Club Bahiano de Tênis. Pela primeira vez cantariam juntos Durval do Asa de Águia e Bell do Chiclete, Netinho, Ricardo Chaves e Márcia Freire, do Cheiro. Também Margareth Menezes e Vânia Abreu participaram. Foi um sucesso. Arrecadamos em torno de 14 mil latas de leite em pó. Porém, para ceder o Club Bahiano de Tênis sem nenhum ônus, Luiz Catarino, o então presidente, me pediu uma condição: que metade do que fosse arrecadado, doássemos para a Fundação Dom Avelar. E assim o fiz. O responsável pela Fundação era ninguém menos que Dom Lucas Neves, o excomungador, e ele, óbvio, não tinha a menor ideia que o idealizador da festa era o mesmo a quem ele havia excomungado ano antes. À pedido dele, deixamos as doações na sala da Casa Episcopal, no Campo Grande. Acho que o Arcebispo não tinha ideia do que seriam 7 mil latas de leite mal arrumadas dentro de caixas de papelão. O saudoso Elmar me trouxe uma foto da montanha de caixas que deixou na sala de Dom Lucas. Dias depois, recebi uma carta do mesmo me agradecendo pela iniciativa do evento e pelos donativos.

Até hoje tenho a matéria do jornal onde ele me excomunga e a carta onde ele me agradece as doações. Não sou religioso, mas por vias das dúvidas, vou pedir que enterrem comigo. Vai que lá tem um STF.

40 Carnavais de uma geração.

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Em 2017 completo 40 anos que trabalho para a área de eventos e o Carnaval de Salvador. Talvez, por isso, muitos me conheçam como o cara que inventou o abada. Lamento dizer, porém, que 90% do meu trabalho foi muito mais duro do que lúdico: foi de publicitário. E vida de publicitário é foda. Também atuei como designer para trios elétricos, palcos, capas de discos e CDs. Enfim, para quem conhece a área, uma vida correndo atrás da pauta, e do cliente.

Mas, como nem tudo são espinhos, tive o privilégio de vivenciar todo o frenesi cultural dos anos 80 e 90 em torno das festas em nossa cidade, o que, dentre outros subprodutos, gerou um monte de bandas e artistas da música carnavalesca baiana que, mais tarde, lá por 1991, passou a ser chamada de axé music.

Muito além dessas celebridades, porém, o Carnaval Baiano foi feito por foliões, e conviver com eles foi a maior alegria que tive nesses anos todos. Em especial com foliões embriagados de seus sonhos dionísicos numa terça-feira de carnaval de fundar um bloco. No popular: “botar seu bloco na rua!”.  Aqueles que não faliram no primeiro carnaval, depois de venderem o carro e torrarem o FGTS, se tornaram empreendedores. Alguns, com o tempo e o tempero da grana, tornaram-se mais empresários que foliões; mas a maioria nunca deixou de lado seus delírios momescos. Estes fizeram a diferença.

Também temos aqueles que, como eu, estiveram nos bastidores e contribuíram para formatar o maior produto de exportação baiano na segunda metade do século XX: a indústria do entretenimento – hoje tão copiada e disseminada pelo Brasil inteiro, em todos os gêneros musicais. Para quem pode estar achando que é exagero meu, basta citar nomes como João Américo, Jorge Correa, Wilson, Bira, Fernando, Marquinhos, André Rossi para lembrarmos que esses caras desenvolveram toda uma tecnologia inédita de som em cima de uma caminhão. Na produção de eventos, nomes como Totó, Tinho, Manoel Castro, Eudes, Simas e Sérgio Quixadá, Bahia, Quinho, Misael, Márcio, Isson, Julio Mota, Fred Boat, Marcelo Brasileiro, Ricardo Lelys, Armando, Luciene, Alice Coelho, Guto Brandão, Wilsinho, Ricardo Martins, Hunfrey, Jorginho Sampaio, Renato, Luneta, Bernardo, Alano, Luciano Sotelino, Ivanzinho, Paulista, Ari, Suka, Elmar, os irmãos Cal, Sfrega, Xoxoto, Cid do Cerveja, Cid Vianna, Buçanha, Lulinha, os Brunos, Rodrigo, Cascatas, Israel, Chiquinho…faltou um monte de gente, não dá pra falar todos… mas, fizeram escola.

Outra coisa inesquecível foi conviver com as gerações de foliões durante os maiores verões que essa cidade já viveu: anos 70, 80 e 90, quando a magia tomava conta das pessoas desde as festas que antecediam o carnaval  – Bonfim, ensaios dos blocos, encontros na Barra – até o ritual de pegar a fantasia. Tudo era mágico, até os comercias da tv… “…telebahia, fala meu irmão!”.

Mas isso é passado, bom pra quem viveu. Hoje, a bola da vez é o funk, o sertanejo e o pagodão. E vamos nessa!

Vamos lá: a Prefeitura de Salvador, através da Saltur, e com apoio da Skol, irá me prestar uma homenagem dia 18 de fevereiro, dia do Fuzuê, com um bloco de fanfarra onde um pequeno grupo de amigos e todos aqueles que quiserem se juntar à nós – é de graça –  vamos comemorar essa história de Ondina até a Barra.

No mesmo dia, mas antes do bloco, teremos um esquenta: a “Festa do Sarapa”, patrocinado por amigos, clientes e ex-clientes…

EXPOSIÇÃO. Durante o mês de fevereiro – acredito que a partir do dia 8 –  o Salvador Shopping me presenteou com uma mostra onde exponho criações desses 40 anos. Teremos centenas de cartazes antigos, capas de CDs e discos, abadas, mortalhas, projetos de trios elétricos e fotos. Será uma oportunidade para observarmos a evolução da produção do entretenimento em Salvador; desde o amadorismo dos cartazes feitos à mão no final dos anos 70 ao surgimento da tecnologia digital. Dos trios elétricos decorados à mão, com tinta, aos trios elétricos totalmente revestidos da tecnologia do Led. Também exporemos fantasias como as mortalhas, os macacões e os abadas.

AGRADECIMENTOS. Tudo isso só foi possível com o apoio de parceiros como Bruno Cássio que me tirou da inércia nessa história; de Isaac Edington e Eliana Dumet, da Saltur, que apostaram, junto com o Prefeito, nessa celebração; de Armando que tem sido um viabilizador geral; de Armandinho Brasil e do Salvador Shopping pela exposição; da AMBEV; de Clínio e de todos do Camarote Planeta Band que me cederam um espaço; de Paulinho Sfrega; de Alex, fiel escudeiro; Val Peruna, grande arquivo do carnaval… Eudes, Quinho, Renato, Guto Brandão, Misael e quem vier por que a tarefa é grande.

Eterna gratidão também a todos os designers, diretores de arte, redatores (as) e ilustradores com quem tive o privilégio de ter como colaborador na minha empresa. Beto Carrilho, Helderley, Irley, Ricardo Campelo, Rogério (redator), Samuka, Juliana, Katia Flávia, Rogèrio Tedesco, Éfren, Lauro Jr, Rodrigo Barros, Bruno Cássio, Gabi Dias, Alex Oliveira, Nelson Castro, Cícero, Gabriela Martinez, Patrick, Val Peruna, Henrique, Guto, Tiago Nunes, Mari Vilas e, (ainda faltam uns três) minha eterna secretária “Adriana”.

Obrigado a todos.

Uma vez Raul Seixas declarou de que não era um cantor, mas um ator. Pegando carona nesse nosso querido maluco beleza, diria que nunca fui publicitário, artista plástico ou designer. Só um contador de história; ilustrada.

 

 

CrocoFestas! Um cartaz para quem não trabalha.

Cartaz criado nos anos 90 para divulgação do Bloco Crocodilo com Ricardo Chaves. A inspiração foi o lado festivo dos baianos: uma festa para cada dia.

Cartaz Crocodilo 1994

Um Cristo dos anos 80

Um Cristo do século XX

Uma ilustração com a cara dos anos 80.

Pelos anos 80, acho que em 1984, fiz essa ilustração com canetas hidrográficas tipo Pilot. Revelador de um período nebuloso e ingênuo.

John Lenon, Andropov da URSS, Papa João Paulo, Ronald Reagan, Fernando José (radialista e depois prefeito de Salvador), uma palestina e outras imagens que povoavam minha cabeça naquela década… Revelador.

A ideia de injustiça, incompreendidos e manipulação da informação se repete em toda a história da humanidade. Era um pouco isso.

Camaleão e Bell, a festa continua!

Campanha Camaleão Bell MArques

Campanha promocional do Bloco Camaleão (+ o Bloco Vumbora) para o Carnaval de 2017, em Salvador.

Marcas que marcam.

Marca Posto Mataripe
Para mim, marcas são como pessoas: elas podem passar despercebidas ou – se tiver estilo e elegância –  entrar em minha vida para sempre.

Lá pela década de 1960, colecionávamos “plásticos”, que é o antecessor do adesivo e que tinha a vantagem de podermos tirar ou recolocar à hora que quiséssemos nos vidros dos automóveis.  Numa época que até a tv era raridade, colecionar essas coisas trazia um emorme fascínio – ainda mais porque nossas coleções eram quase toda fruto de pequenos delitos.

Haviam “plásticos” com diversos tipos de desenhos e motivos, mas a maioria funcionava como propaganda de empresas, e eram justamente esses os mais cobiçados. Alguns chegavam a parecer figurinhas carimbadas, de tão difíceis que eram. Já outros, de tão comuns, ninguém queria. Dentre esses, havia um que me fascinava pelo inusitado: trazia só um símbolo bem básico, numa só cor e sem o nome da empresa. Ficava imaginando quem teria tido a ousadia de fazer aquilo e o por quê. Depois de muito investigar, descobri que tratava-se de um posto de gasolina na Rua Carlos Gomes que distribuia esses “plásticos” aos clientes.

Contrariando a lógica da época, e daquele tipo de propaganda – sempre over em cores e detalhes – divulgar apenas um símbolo sem o nome da marca era muito vanguarda para aquele tempo. Só 15 anos depois é que vimos a Nike e outras ousarem dessa forma.

Quanto à marca, seu minimalismo me intrigava. Obviamente, perecia uma letra “P” replicada em torno do seu eixo, mas também me lembrava uma rótula viária, indicando vários caminhos. Fosse o que fosse, definitivamente, influenciou minha futura profissão e minhas criações como designer. A simplicidade objetiva da “patinha” do Bloco Camaleão, que fala por si só, ou a força triangular da marca do Asa de Águia, possivelmente beberam dessa fonte.

Para um mundo tão volátio é impressionante que, passados 50 anos, a marca ainda exista e se mantenha exatamente igual: é o logo dos Postos Mataripe.  Como não conheço os donos da empresa, tampouco o criador ou criadores da dita cuja, deixo aqui minha lembrança como homenagem.

Marca Posto Mataripe no vidro de um fusca.

Plástico divulgando a marca do posto no vidro de um fusca.

O Reino do camarote.

Marca Camarote do Reino 2016

Quando criei essa marca para o Camarote do Reino comemorativa aos seus 10 anos, me dei conta de quanto tempo já temos em que os camarotes imperam no carnaval baiano. E olhe que o Camarote do Reino já surgiu bem depois de outros. Imagino que já se vão uns 15 ou 16 anos desde os primeiros grandes camarotes.

Para mim que nasci no Centro e vivenciei a essência do carnaval de rua – nunca fui sócio de clubes e, portanto, não frequentava seus bailes – o camarote soa estar numa sala com ar condicionado olhando a praia: você não fica debaixo do sol escaldante, não se mela de areia, mas também não mergulha, e tão pouco vai ter a possibilidade de socorrer a secretária ao lado de um “afogamento”. É tudo muito clean, sem a “chuva, suor e cerveja” tão típica de nossa festa. Mas, indiscutível, os camarotes cairam no gosto das novas gerações. Assim como o sertanejo, o pagode… o tempo é camaleônico.

Mas voltando ao Camarote do Reino, eles foram pioneiros em trazer grandes shows para dentro de seu espaço – hoje, todos copiam. Também sempre muito cuidadosos com o espaço de circulação, a visibilidade da rua e os serviços. O Reino inovou desde o início com aquela ideia genial da passarela para os artistas dos trios. É, sem dúvida, um produto top dentre os camarotes. E viva o Reino!

Em tempo, para quem curte saber essas coisas, a marca foi ilustrada por esse dinossauro que vos fala, num Corel Draw X5.

Camaleão camuflado – na gaveta

Camaleão Camuflado
Qualquer cidadão que trabalhe – ou trabalhou – no campo da criação, sabe do que vou falar: as ideias que se descartam, se perdem ou se esquecem nas gavetas – hoje virtuais.

Toda vez que por motivos profissioanais faço alguma busca nos arquivos, termino por encontrar algo que nem mais lembrava que havia criado. Na maioria das vezes só dou uma olhada e retomo à minha atividade. Às vezes, como agora, resgato e posto.

Era uma fantasia para o Bloco Camaleão, mas depois, nem o cliente, nem eu achamos legal. O camaleão mais parecia uma lagartixa. Passado mais de 10 anos, achei a lagartixa muito simpática e resolvi dar vida a ela; mesmo que só uma vida virtual. Vai pro mundo, vai…

Olimpíadas do Camarote do Nana

Campanha para o Camarote do Nana inspirada nas competições olímpicas.

Camarote do Nana - Beijo Sincronizado

Camarote do Nana - Salto com DançaCamarote do Nana - Levantamento de Copo Camarote do Nana - LAnçamento de Disco Camarote do Nana - Comida sem Obstáculos

Axé, Bell.

Axé, Bell

Homenagem do Bloco Camaleão ao cantor Bell em seu primeiro ano comandando o bloco depois de assumir a carreira solo.